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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Montevideo (ou a parte que faltava).

Montevideo hoje não passa de uma cidade já visitada e abandonada, voltamos à pacata rotina de outrora, do mais do mesmo. Os pontos turísticos apenas foram à espera do egocentrismo, preocupado com as imagens bonitas com foco, sem flash. Neste papel tento a continuação do que guardo no coração, registrando agora nessas folhas recém intactas que comprei naquela nossa loja do bairro. Hoje, é o presente do amanhã de suas visitas matinais, ainda de malas cheia da roupa cheirando a fumaça de lavanda, que ama. Dessa vez não tivemos as flores de plástico para recepcionar as boas vindas, ou boas despedida, e nem bilhetes amassados dos carinhos de amor. E novamente a sensação já batida da solidão poética que insiste em ser a estrela da nossa comédia formosa. Escrever esta ficção é mais complicado do que viver a vida real, honesta da realidade que não caberia no papel de agora, na madrugada do nosso delírio. A viagem termina exatamente no fim de como e quando começa no doce calor dos beijos de fim de semana ao amor sem tédio de todas as quartas-feiras.

- Atenção passageiros, acabamos de chegar ao destino desejado...

(primeira parte de Montevideo clicando aqui)

6 comentários:

  1. "estrela da nossa comédia formosa"..
    que lindo!!!

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  2. 'nem bilhetes amassados dos carinhos de amor.'


    Blog pra lá de bom, post ótimo.
    Parabéns e claro, CONTINUE ASSIM ;D

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  3. Lindo, saindo de ti, da tua alma, tinha mesmo que ser belo. Me encanto cada vez com tuas palavras. Sabe bem que sou mais uma admiradora de ti.

    Flores!

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  4. Mentiras sinceras... boa. :)

    O texto é essencialmente magnífico...

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  5. "A viagem termina exatamente no fim de como e quando começa no doce calor dos beijos de fim de semana ao amor sem tédio de todas as quartas-feiras."

    Amei. Muito bom mesmo. beijos

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  6. Bruno. Sem mais rasgar as cedas, valeu por passar em meu blog. Mas queria mesmo que você comentasse meus posts principalmente as poesias. E ah, não me prendo aos poetas antigos. Só usei a expressão como metáfora para demonstrar que a poesia feita hoje é tão surrada pelos lugares comuns e ver você compor pequenas peças em louvor da beleza de viver fugindo do alcance das coisas fáceis é alguma coisa de inestimável. Agora estou lendo os poetas da geração beat e vivo pela net procurando os novos. Se poder me indicar algum, fico agradecido. Mantenha contato. Eu certamente sempre estarei flanando por essas páginas, tentando me encontrar com os artífices dessa sincopada arte dos remendos palavróicos - com o perdão do silogismo. Abraços.

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