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sexta-feira, 16 de março de 2012

Albergue 21

O albergue está cheio!
Cheio de cheiros e de alheios olhares
além do medo nos pés, é claro.
O homem de chapéu
o guri branco com os pés sujos de barro,
vem de longe buscar abrigo
na piedade da cidade grande.
E no albergue do coração de alguma mulher,
peço licença e faço morada,
antes que a noite vire dia
que a poesia
fotografia,
e perca meu afeto e
durma na rua,
sem ao menos antes
terminar a poesia.