Não consigo escrever um só poema de gozo, o espirro está corrompido. Sem prazer e gritos nunca voltarei a escrever sobre amores e suas solidões.
A desgraça artística agora é reconhecida e adorada por meia dúzia de populares, que exaustos de suas mesmices, apelam para o meu mundo estranho e belo.
Para que não haja decepção, exclusivamente hoje irei abrir meu coração para que veja as veias verdes e cinzas da vida solitária.
Faz um tempo que não faço uma lágrima cair do céu de mim, faz tempos que da água salgada não fabrico para a comercialização alheia e bandida do mundo.
Perdoe-me meu Deus por este poema tosco e sem fundamento, e para que os aplausos não terminem, mudo minha nacionalidade e agrado o terráqueo que em mim, todos procuram.
Ainda gosto de você e de seus gestos honestos tão sinceros. Teu fino olhar e tua penetrante face sobre meu corpo encantam. Seu toque morno, seu sorriso de outono, teu cabelo de primavera. Saudade minha, te quero de volta!
Ando um pouco nervoso. Estudando também. Escrevendo às vezes. É. Isso é foda. Só me resta ficar aqui vendo o dia virar noite. E esperar a noite amanhecer. E começo tudo de novo. Vida que segue Ana! Você pelo menos tem amiga e amigos. Estou aqui sem ninguém. Querendo gritar meus sentimentos. Antes sofrer com um mudo ao lado, que chorar ao lado dos cegos.
Todo casal de namorados que se preste tem uma música que os denominam de "nossa música" diferente de tais casais apaixonados, também possuo uma trilha sonora que na minha vida de solteiro, dita a ópera deste meu coração mendigo.
Segue a letra para acompanhar;
Composição: Caetano Veloso
Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos sem dizer adeus
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim