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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Doce Janeiro

Sua doce presença a inspirar-me;

Dos dias de amor, dor e até raiva são os que fazem ser completos, perto de ti.

Que usa a roupa do meu signo para esconder-te na lua do seu orixá.

Que beber do vinho ainda gelado do seu nobre tratar, que entristece minh’alma para desviar o olhar semi úmido de nossas vidas.

E mesmo sem a noção do escrever, invento seu cheiro em incensos para amar-te nas tardes nubladas de janeiro.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Montevideo

Sonho que lia cartas manchadas de lágrimas, com palavras juntas e concisas; sobre outrora. E com a visão meio míope enxergo com clareza e sem rodeios o que você quis me dizer, e nunca soube.
E assim, o despertador agudo barulhento avisa que está na hora de acordar. Tenho um presságio, sinto que o momento será como o dia cinzento do nublado que faz lá fora. É assim que o relógio mostra quatro horas da madrugada, e já cinzenta do nublado. Todas as casas caladas, todos os moleques em casa, todos os poetas; casam com a solidão gelada de uma folha branca.
Agora o ponteiro marca um número ímpar, são sete da manhã e tudo começa aqui, na mesa do pão e do café preto sem leite e âmago, do seu suor. E do vinho que beberei para me embriagar de sua lembrança, começo a escrever sobre nossa vida de uma forma bonita e despretensiosa. Você que mal sabe da existência de tais pensamentos na parede azul do quarto, letras escondidas detrás das estrelas e debaixo do colchão que você deita nas noites de amor.
Finalmente o ponteiro marca a boa tarde, sinto o vento bater nas costas alvirrubra de suas unhas. De verso em verso narro o nosso futuro, bonito e incerto, sem saber se no amanha acordaremos na mesma cama, seja como amigos ou amantes.
E nem a fina dor de cabeça que sinto neste exato momento, facilitará as palavras do realejo que canta lá fora para você. Da janela do quarto sinto seus cuidadosos passos, a cuidar da menina que sou á mulher que seria.
Minhas mãos pedem para parar, não agüento escrever sobre você sem escorrer um só oceano em mim, é uma agonia.
Estou partindo hoje bem cedo, te comprei flores e já fiz o papel de colocá-las em águas árticas. Provavelmente estarei longe de ti e do amor que levo na mala comigo, ao você ler estas frases livres e determinadas. E se percebeu bem deixei-te uma passagem de ida sem volta, ao encanto do que sempre lhe pertenceu.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Rimas para madrugadas vagabundas.

Narciso

Aqui

Agora

Se não for

Ignora,

Assim

Do fim

De querer

Afora.

No de

Sem dizer

Que você não me quis

Por saber

Que o amor

Há de ir

Embora.

Semi ser

A febre aumenta ao saber que

A poesia só se valia

Se morto o poeta seria.

Por não completo do ego semi vendida, seminua

Semi ser. E semi mar.

Solúvel

Eu não lhe quero pra vencer

Não te quero pra saber

Só pra te amar

Querer-te por lhe querer

Não de medo do perder

Por saber que já perdi

A solidão qu'eu ganhei

Do presente de você.

A (teu).

Não acredito nas conversas de outrem

Sempre ao amargo sabor do café

E se até de rimas me rendo

Pelo luxo do desejo

De me ver não no espelho

Mas pelo prazer do seu beijo.

Bumerangue

Ele vem

Ele vai

Batendo aqui e ali

E ao tentar admitir

Da dor de viver,

Assim.

P'ra

Fiz cinco poemas pr'a poder me achar

No coração de quem leu

Não achei tal interpretação

Pra fazer de mim

O inicio e o fim.